sábado, 12 de setembro de 2009

Força

Ouço as pessoas a falar de força “aquele é mais forte que o outro” dizem elas após o último acabar de cair, como se estivessem a comentar algo que ainda ninguém tivesse reparado... E há sempre aquela frase que todos gostamos de ouvir “tu és forte, consegues ultrapassar isto” e pensamos nela até não termos força para mais... Também há a força do olhar. Bem, esta nem todos a têm mas admiro quem possui a arte de a conseguir utilizar. É espantoso como se conseguem captar ideias, pensamentos ou simplesmente mandar calar alguém apenas com um simples olhar. Há outros que ao serem desprovidos de força física ou simplesmente querendo resolver os problemas de forma aparentemente mais pacífica, utilizam a força das palavras. Esta é, sem dúvida, a minha preferida... Se pensarmos bem, o que realmente nos magoa não é algo físico, mas sim aquilo que nos fere os sentimentos, que nos deixa marcas (muitas delas irreversíveis), que faz com que nos sintamos fracos sem, porém, nos terem tocado. “Haverá algo mais verdadeiro que vencer a força com a razão?”. Mas por trás de todas estas forças existe, a meu ver, uma força vital, a “força que faz mover forças”. Esta dá-nos esperança, diz - nos para jamais desistirmos, faz-nos lutar até ao fim, mostra - nos quais os nossos limites e faz – nos ir para além destes, faz com que encontremos sempre uma nova alternativa, tem a capacidade de nos pôr simplesmente a pensar em duas únicas palavras “querer” e “conseguir”, é ela que nos mostra quem realmente somos e sem ela não somos nada. Chamo-lhe força de vontade.

LOUcura

Apetece - me cometer uma loucura...
Apetece – me chegar ao pé de ti e sem quê nem porquê beijar – te... não quero saber se queres ou se já querias, não quero saber se gostavas ou ias gostar, não quero saber se me ias tentar afastar para ser ainda mais intenso ou ias simplesmente deixar-te levar... não quero saber... porque a seguir, sem querer saber o que pensaste ou o que sentiste, ia me embora...
Afinal era uma loucura, certo?

domingo, 21 de junho de 2009

Todo ele é o mistério por ser desvendado, o segredo por ser revelado, o pecado ansioso por ser cometido.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Perguntas ?


Este pensamento constante, esta vontade indominável, esta cegueira surda que só nos deixa ver o que estamos a ouvir (e, neste caso, só ouço o coração), todo este não querer nada senão uma única coisa, me domina. Eu não sei o que fazer: olho para todos os caminhos, mas apenas vejo uma direcção; passam por mim todos os sentimentos, mas só um fica; não ouço nada a não ser uma voz... Porquê? Porque é que agora numa paisagem de inverno vejo flores a nascer? Porque é que à noite sinto o calor do sol? Porque é que o céu, para mim, pode ser de muitas cores? Porquê ter tantas saudades de algo que nunca foi meu? Tantas perguntas, quando a resposta é simples e única... “ porque é que me apaixonei?”


. 2007

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Tu sabes....

Eu não te vou contar a sensação que foi ouvir –te chamar pelo meu nome perto de mim. 
Não te vou dizer o que senti quando me beijaste pela primeira vez. 
Não te vou descrever todo aquele carinho de quando me pediste colo, nem quando te acariciei o rosto. 
Não te vou falar sobre o olhar penetrante com que me olhavas nos olhos e muito menos te dizer que naquele momento era capaz de desvendá-lo. 
Não te vou desenhar o fogo que ardeu quando desceste em mim. 
Não te vou sussurrar o auge de prazer de quando fomos um só. 
Não te vou pintar a magia que pairou na madrugada quando acordei e te vi ao meu lado. 
Não te vou soletrar o sabor das torradas que me alimentaram o corpo e alma para a despedida que se seguia. 
E não, também não te vou admitir que estou apaixonada. 

Mas tu sabes, não sabes?

A chuva cai

A chuva cai lá fora. 
O céu está negro. 
Não há estrelas. 
Tudo se foi embora. 

Fica apenas a recordação.
De um dia melhor, 
De um dia mais quente, 
De uma noite ardente. 

Ouve-se a saudade no ar.
Saudade de o ver, 
Saudade de o ter, 
Saudade de o puder tocar.

E quando ele se aproxima 
Tudo em mim se liberta. 
Um toque, dois
Mas será a hora certa? 

O seu olhar penetra 
Os seus dedos fluem nos meus, 
Os seus braços levam- me
Para o seu mundo de dúvida e incerteza. 
E de repente, 
Quando tudo cresce intensamente, 
Os nossos lábios tocam-se 
E a vela fica acesa. 
No seu mundo de incerteza. 

A chuva cai agora mais forte.
Imagino o aqui na minha cama, 
O seu cheiro intenso aconchegante, 
Aquela ternura de quem o olha, não que o ama.
14.06.2005