domingo, 21 de junho de 2009

Todo ele é o mistério por ser desvendado, o segredo por ser revelado, o pecado ansioso por ser cometido.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Perguntas ?


Este pensamento constante, esta vontade indominável, esta cegueira surda que só nos deixa ver o que estamos a ouvir (e, neste caso, só ouço o coração), todo este não querer nada senão uma única coisa, me domina. Eu não sei o que fazer: olho para todos os caminhos, mas apenas vejo uma direcção; passam por mim todos os sentimentos, mas só um fica; não ouço nada a não ser uma voz... Porquê? Porque é que agora numa paisagem de inverno vejo flores a nascer? Porque é que à noite sinto o calor do sol? Porque é que o céu, para mim, pode ser de muitas cores? Porquê ter tantas saudades de algo que nunca foi meu? Tantas perguntas, quando a resposta é simples e única... “ porque é que me apaixonei?”


. 2007

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Tu sabes....

Eu não te vou contar a sensação que foi ouvir –te chamar pelo meu nome perto de mim. 
Não te vou dizer o que senti quando me beijaste pela primeira vez. 
Não te vou descrever todo aquele carinho de quando me pediste colo, nem quando te acariciei o rosto. 
Não te vou falar sobre o olhar penetrante com que me olhavas nos olhos e muito menos te dizer que naquele momento era capaz de desvendá-lo. 
Não te vou desenhar o fogo que ardeu quando desceste em mim. 
Não te vou sussurrar o auge de prazer de quando fomos um só. 
Não te vou pintar a magia que pairou na madrugada quando acordei e te vi ao meu lado. 
Não te vou soletrar o sabor das torradas que me alimentaram o corpo e alma para a despedida que se seguia. 
E não, também não te vou admitir que estou apaixonada. 

Mas tu sabes, não sabes?

A chuva cai

A chuva cai lá fora. 
O céu está negro. 
Não há estrelas. 
Tudo se foi embora. 

Fica apenas a recordação.
De um dia melhor, 
De um dia mais quente, 
De uma noite ardente. 

Ouve-se a saudade no ar.
Saudade de o ver, 
Saudade de o ter, 
Saudade de o puder tocar.

E quando ele se aproxima 
Tudo em mim se liberta. 
Um toque, dois
Mas será a hora certa? 

O seu olhar penetra 
Os seus dedos fluem nos meus, 
Os seus braços levam- me
Para o seu mundo de dúvida e incerteza. 
E de repente, 
Quando tudo cresce intensamente, 
Os nossos lábios tocam-se 
E a vela fica acesa. 
No seu mundo de incerteza. 

A chuva cai agora mais forte.
Imagino o aqui na minha cama, 
O seu cheiro intenso aconchegante, 
Aquela ternura de quem o olha, não que o ama.
14.06.2005