domingo, 3 de julho de 2011

História de um anel



Um dia enquanto passeava nas ruas do rossio de Lisboa, houve um anel numa montra que me fez parar, o que é raro.


Não era um anel que chamava à atenção as pessoas que normalmente compram anéis, não levava a soltar gritos de esplendor, mas era, a meu ver, o anel mais bonito da montra. Era simples, com uma beleza subtil, não me faria sentir mais bonita, mas sem dúvida que me iria fazer sentir mais especial… jurava ter sido desenhado para mim, completava-me. Pensei “volto cá com mais tempo”. E assim foi.


Passados uns dias voltei à mesma montra, mas o anel já não se encontrava lá. Entrei na ourivesaria e perguntei pelo anel, alguém o tinha comprado mas sugeriram-me que procurasse noutras lojas. Assim fiz, mas nada.


Depois desse longo dia cheguei a casa triste e levou-me a reflectir sobre inúmeras coisas:
Quando vi o anel admiti que ele não sobressaia à vista de qualquer um e disse com segurança “volto cá mais tarde”, esqueci-me porém que poderiam haver outras pessoas que achassem de igual modo aquele anel especial.
Pensei também que o poderia encontrar noutro sítio, mas depois de muito andar logo me apercebi, que embora eu não soubesse, deveria ter tido em consideração que aquele anel poderia ser único.
E é assim… quando se gosta logo à primeira vista, não se pode pensar, não se pode hesitar, não se pode voltar mais tarde. Agarra-se ou deixa-se simplesmente ir. O amanhã pode ser tarde demais.


Hoje eu sinto que sou esse anel.

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